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Em muitas culturas a mulher, desde sempre, é considerada um ser "menor", incapaz, indigno, e como tal, deve ser: controlada, repreendida e silenciada. Este livro vem analisar as obras: "Paixăo Pagu - autobiografia precoce de Patrícia Galvăo", de Patrícia Galvăo - relato memorialístico de uma das mais expressivas mulheres brasileiras, dirigido a Geraldo Ferraz, seu companheiro íntimo e intelectual; e "O Doce Veneno do Escorpiăo - o diário de uma garota de programa", de Bruna Surfistinha - relato publicado em forma de diário de uma das prostitutas mais aclamadas do Brasil (ambos publicados em 2005, porém escritos em períodos distintos). O intuito é traçar a trajetória do subalterno, quando este encontra meios de se fazer ouvir na sociedade, através da análise dos textos literários citados. Privilegiamos o sujeito mulher, neste contexto, por conta da condiçăo de silenciamento a que ela, quase sempre, é submetida.Tal percurso irá se realizar a partir da teoria da escrita de si, de Michel Foucault; dos processos de desconstruçăo e desterritorializaçăo, conceituados por Gilles Deleuze e Félix Guatarri; e dos estudos sobre a autobiografia, efetuados por Philippe Lejeune.